Instituto de Cinema de SP

Roteiro Adaptado: Sinônimo de lucro para o audiovisual

Você já deve ter lido um artigo, reportagem, crônicas ou livro e pensou “isso seria um ótimo filme ou série”. Os grandes produtores de Hollywood também pensam assim, tanto que leilões de direitos autorais atraem muitos executivos cinematográficos, estúdios e produtoras tem setores dedicados a compra de histórias que podem ser adaptadas. Mas, por que tudo isso? As adaptações são consideradas um lucro garantindo, pois, essas produções já possuem um público fiel que agora terá a possibilidade de ver a obra em formato audiovisual.


Vivemos o boom das adaptações para o cinema e televisão, se antes, tínhamos um público que torcia o nariz para elas hoje os espectadores aguardam com entusiasmo a estreia dessas obras. As adaptações de livros melhoraram de maneira simples e rápida. O Senhor dos Anéis, livro de J. R. R. Tolkien, que ganhou vida nas telonas pela direção de Peter Jackson é uma das obras mais elogiadas e que ganhou incontáveis prêmios. Essa trilogia em particular, ajudou a demonstrar que um romance extenso e complicado poderia ser filmado. A produção ainda contribuiu para outras como Game of Thrones da HBO, The Expanse de Syfy, Man in the High Castle da Amazon e Outlander de Starz, também muito elogiadas e que atraíram a atenção dos fãs que leram suas histórias e novos admiradores que conheceram as obras pelo audiovisual.


Porém, não é sempre que adaptar um bom livro é garantia de sucesso de público e crítica, exemplos, não faltam, As Crônicas de Nárnia, A Fantástica Fábrica de Chocolate, de Tim Burton e a trilogia, O Hobbit de Peter Jackson, bastante criticada pela mídia e pelos admiradores do universo de Tolkien. Todavia, o risco de fracasso ainda é mínimo em obras adaptadas e Hollywood prefere investir nessas produções. Hoje, vender um roteiro original para um grande estúdio é quase impossível, pois a maioria trabalha com garantia de bilheteria e para os executivos de cinema investir em algo “desconhecido” é uma jogada de risco, que podem fazê-los perderem dinheiro, isto eles não querem. Na televisão, ainda a espaço para obras originais, mas as adaptações ganham cada vez mais terreno.


Na pressa de encontrar novas e lucrativas histórias, a indústria cinematográfica reconheceu o que adaptar obras são o caminho mais vendável para o cinema e televisão. Queixas sobre adaptações ruins ainda serão ouvidas aqui e ali, mas os fãs não deixaram de assistir seu livro, HQs ou até mesmo jogos favoritos, sendo transformado em filme ou programa de televisão. Embora nem todas terão o mesmo sucesso que Game of Thrones ou Senhor dos Anéis. Contudo, a possibilidade de um prejuízo milionário é bem menor do que investir em um produto original. 


Nos próximos anos, novas adaptações vão ganhar vida nas telas, especialmente para o streaming. A Amazon Prime, lançou em agosto deste ao The Boys, baseado no HQ de Garth Ennis e ainda prepara uma nova série inspirada em O Senhor dos Anéis e irá adaptar a trilogia de ficção-científica O Problema dos Três Corpos, do autor chinês Cixin Liu. Já sua concorrente a Netflix, adquiriu o que nenhum estúdio de Hollywood conseguiu: comprou os direitos de Cem Anos de Solidão, obra-prima de Gabriel García Márquez e vai adaptar no formato de série. De uma maneira geral a indústria cinematográfica reconheceu que os livros são uma ótima forma de trazer conteúdo atraente para um grande público, e essa experiência, em muitos casos, realmente enriquece a narrativa que está sendo contada. 


Curso de Roteiro Adaptado


Para quem deseja investir em adaptações para o audiovisual em novembro o InC irá ministrar o curso, Do Livro para a tela: Teoria e prática de adaptação de roteiro, com as roteiristas e pesquisadoras, Carolina Serra Azul e Julia Alquéres. Os encontros serão teóricos e práticos com exercícios que estimularam o processo de adaptação de poemas, contos, crônicas ou notícias publicadas em diferentes meios de comunicação. As aulas visam discutir o processo de adaptação cinematográfica de obras literárias no cinema e também como isso é importante para o exercício da leitura e contribui para uma formação de público nas duas mídias.


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Por Marcela Servano


 


 

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