Instituto de Cinema de SP

José Mojica Marins, o Zé do Caixão

Ontem, dia 19 de fevereiro, o cinema brasileiro recebeu uma triste notícia. O ator, diretor e roteirista José Mojica Marins - o mestre do terror brasileiro, conhecido como Zé do Caixão - faleceu em São Paulo, aos 83 anos, em decorrência de uma broncopneumonia.


Sua contribuição para o cinema brasileiro foi inenarrável, realizou 40 produções e atuou em mais de 50 filmes ao longo de sua carreira. Com pouquíssimos recursos e muita inventividade, considera-se que Mojica inventou o gênero de terror no Brasil.


Além de pioneiro, Mojica foi um exemplo para diversas gerações de cineastas, desde seus contemporâneos, como Glauber Rocha, até hoje. Suas produções viraram referência do terror no Brasil e também nos Estados Unidos, onde era conhecido como Coffin’ Joe.


José Mojica começou a fazer cinema de forma autodidata, seu pai Antônio André Marin - que gerenciava um cinema em São Paulo - lhe deu uma câmera aos 12 anos que levou a uma série de curtas feitos com os garotos do bairro. E seu primeiro estúdio, montado na virada dos anos 1940 para 1950, foi em galinheiro improvisado. 


Depois, montou uma escola de interpretação para amigos e vizinhos e quando tinha 17 anos, depois de vários filmes amadores, fundou com ajuda de amigos, a Companhia Cinematográfica Atlas. Especializado em terror escatológico, criou uma escola de atores (1956), onde na década seguinte, montaria uma sinagoga (1964), no bairro de Brás, onde fazia experiências com atores amadores, usando insetos para medir sua coragem.


Em 1958 conseguiu realizar seu primeiro longa-metragem, o faroeste caboclo A Sina do Aventureiro e em 1964, com o lançamento do filme A Meia-noite Levarei Sua Alma, ganhou o apelido de Zé do Caixão.


Além do terror Mojica também trabalhou em filmes de aventura, faroeste, dramas, pornochanchada e influenciou o movimento do cinema marginal nos anos 1960. O cineasta desenvolveu um estilo próprio de filmar que, inicialmente desprezado pela crítica brasileira, passou a ser reverenciado após seus filmes começarem a ser considerados cult no circuito internacional, e é até hoje estudado, admirado e homenageado no cinema.

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