8 Filmes para ver nesse Dia das Mães

Em nossa sociedade o feminino está diretamente ligado à figura materna. Essa, por sua vez carrega significados e imposições que não necessariamente correspondem à verdade. No imaginário comum, a figura materna é um ser perfeito, que nasceu para aquele trabalho, uma mulher que segue seu “instinto materno” sem qualquer dificuldade ou dúvida.
Essa ideia, além de subjugar mulheres à maternidade como seu destino natural, uma vez que estabelece que “uma mulher só é completa se tiver um filho”, também impõe a mulheres reais, que decidiram ser mães, ideais irreais de maternidade que muito dificilmente serão atingidos.
Mães existem em diversas formas, jeitos, cheiros e sabores. Mães são tudo de bom. Mães são mulheres reais, que riem e sofrem, que muitas vezes aguentam, mas às vezes, não. Para homenagear tantas mulheres fortes e batalhadoras, e desejar um ótimo e feliz Dia das Mães, separamos uma lista de filmes que trazem o tema da maternidade sob diferentes aspectos, para você aproveitar com sua mãe - ou com seus filhotes - neste fim de semana tão especial!
“Volver” (2006)
Do aclamado diretor espanhol Pedro Almodóvar, que sempre ressalta a força das mães em seus filmes, o filme Volver conta a história de Raimunda (Penélope Cruz), mãe de uma adolescente e trabalhadora, enfrenta problemas financeiros com o marido desempregado e acumula vários empregos. Sua irmã mais velha Sole (Lola Dueñas) liga para ela ao saber da morte de sua tia Paula. Raimunda adorava a tia mas não pôde comparecer ao enterro pois acaba de encontrar seu marido morto na cozinha. Sole então sozinha retorna ao vilarejo onde cresceram para participar do velório. Abordando temas relevantes como violência sexual, muito comum dentro das próprias famílias, é um verdadeiro retrato da força feminina, que mesmo em situações desesperadoras, nunca se perde.
“Juno” (2007)
O filme conta a história de uma adolescente chamada “Juno” (Ellen Page), que acidentalmente engravidou de seu melhor amigo Bleek (Michael Cera), com quem transou apenas uma vez. Inicialmente ela opta por abortar, mas ao chegar na clínica muda de ideia. Então ela começa a procurar por casais que possam cuidar do bebê, conhecendo assim Vanessa (Jennifer Garner) e Mark (Jason Bateman), um casal com boas condições financeiras e dispostos a dar todo o suporte necessário a Juno até o nascimento da criança.
O filme aborda temas polêmicos, porém necessários de serem retratados e que estão cada vez mais em evidência, como a gravidez indesejada e precoce, o aborto e a adoção.
“Salve Geral” (2009)
O filme brasileiro dirigido por Sérgio Rezende que concorreu na categoria de melhor filme estrangeiro no Oscar, inspirado nos ataques da facção criminosa (PCC), conta a história de Lúcia (Andréa Beltrão), uma professora de piano, viúva e de classe média que vê o filho Rafa (Lee Taylor) ser preso após o envolvimento em um crime. A mãe faz de tudo para tirá-lo da prisão, em uma de suas visitas à penitenciária ela conhece Ruiva (Denise Weinberg), advogada do Comando, e acaba sendo usada em missões para a organização criminosa. Com uma forte figura feminina, a trama revela o amor incondicional e até onde uma mãe se arriscaria pelo filho.
“O Quarto de Jack” (2015)
Filme Indicado ao Oscar como “Melhor filme”, o enredo conta a história de Joy ou “Ma” (apelidada pelo filho), personagem interpretada por Brie Larson, uma jovem adolescente que é sequestrada aos 17 anos de idade por um estranho na rua, sofre abusos sexuais e dá a luz ao menino Jack (Jacob Tremblay) enquanto presa em um quarto de 10 metros quadrados. O tempo vai passando e o menino cresce em um mundo irreal concebido pela mãe, onde a rotina dos dois consiste em comer, brincar e arrumar o cubículo, até ele completar 5 anos, quando a mãe tenta explicar para ele que existe um mundo real lá fora de sua imaginação fantástica e começa a procurar uma forma de libertá-lo. O tema é pesado, o caso é inspirado em uma história real, porém não apela para violência explícita e acaba sendo poético do ponto de vista da narrativa do menino.
“O Olmo e a Gaivota (2015)
Dirigido por Petra Costa, recentemente indicada ao Oscar de Melhor Documentário por Democracia em Vertigem, o documentário luso-brasileiro traz um misto de ficção e realidade ao contar a história de Olivia Corsini e de seu companheiro Serge Nicolai, que interpretam a si mesmos na experiência real da gravidez da atriz que se prepara para atuar na peça “A Gaivota” de Anton Tchekhov. O filme aborda o desejo de liberdade e os limites impostos pela mudança do próprio corpo, medos e pensamentos obscuros diante da maternidade que confronta sua carreira.
“Como nossos pais” (2017)
Filme brasileiro dirigido por Laís Bodanzky. No enredo, Rosa - interpretada por Maria Ribeiro - vive uma vida maçante e claustrofóbica, enfrenta problemas em seu casamento e sustenta a casa com um emprego que detesta. Quando em um almoço de família descobre não ser filha biológica do homem que a criou, além de descobrir que sua mãe está gravemente doente, ela passa a revisitar escolhas e emoções.
Abordando temas como a hereditariedade, e o dilema por tantos enfrentados ao se verem repetindo os mesmos passos de seus pais (ou no caso, de sua mãe), a mulher moderna sobrecarregada com dificuldades de conciliar as tarefas domésticas e o trabalho, além da ausência paterna na educação dos filhos.
“Tully” (2018)
Marlo (Charlize Theron) é mãe de três filhos, um deles recém-nascido. Sufocada pelas tarefas domésticas, seu irmão sugere uma babá noturna para que ela e seu marido possam dormir com tranquilidade. Em um momento de desespero ela cede e liga para Tully (Mackenzie Davis) que cuida não somente das crianças, mas também da mãe. O filme transmite a ansiedade e o desgaste da dura rotina de ser mãe, mostrando todos os sacrifícios físicos e mentais para criar um filho.
“Benzinho” (2018)
O filme relata a mudança do cotidiano de uma família brasileira de classe-média quando o filho mais velho Fernando (Konstantinos Sarris) recebe o convite para jogar handebol na Alemanha, e sua mãe Irene (Karina Teles) tem que lidar com sua partida ao mesmo tempo que lida com a criação de seus outros filhos, dificuldades financeiras e com sua irmã problemática Sônia (Adriana Esteves) em processo de separação. Pela direção de Gustavo Pizzi, o filme trata de questões como o papel da mulher imposto pela sociedade, os empecilhos da mãe em ter que dar conta de tudo sozinha - cuidar da casa, do marido, dos quatro filhos e ainda lidar com a insatisfação alheia -, e também delicadamente aborda a síndrome do ninho vazio. Um retrato comum do cotidiano da maioria das mulheres: a maternidade e a solidão.
O Instituto de Cinema deseja a todos um feliz Dia das Mães!!
Por Larissa Stubbe